terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Amar-te é...


   Amar-te é cair sem ter um chão e sentir dor, é afogar-se num copo de água depois de o beber, é lutar contra o vento por desporto. Amar-te é conjugar num só corpo o adulto de uma mente e a criança de uma alma, é destilar uma solução de água salgada só com uma colher, é ter de escolher entre um anjo e outro sem ter meios de distinção. Amar-te é sentir o fogo oceânico a cada peça de roupa que se veste, é ver o transparente bem por óculos escuros de maldade, é tocar a inexistente bondade de um mundo horrivelmente mau, é ouvir o mudo som intenso de dois imóveis lábios. Amar-te é conseguir encontrar paz nas balas de uma guerra, é saber vencer o invencível medo, é descobrir sempre que o céu é azul atrás do cinzento da chuva. Amar-te é não querer o que se deseja e desejar o que não se quer, é sentir um som imenso num simples olhar teu e gravar uma imagem produzida pelos teus maravilhosos lábios, é sentir o bater regular da tua mão parada sobre o teu corpo dormente, é tocar a longínqua suavidade do teu incansável coração dentro de um corpo só teu. Amar-te é sofrer sem nada saber e sorrir aos teus olhos descobrir, é pensar e só te recordar, é no nada correr só para te poder ver. Amar-te é o pecado que ninguém tenta cometer, que todos desejam ter e que ninguém tem coragem de conhecer, é o constante sofrer por ser negado, o eterno viver angustiado, o feliz sentir-se apaixonado. Amar-te é fogo é vento é água, é sol é vento é chuva, é flor é vento é árvore, é casa é vento é mundo. Amar-te é o vento que leva a dor que sinto da solidão presente, que traz a nova felicidade que o teu sorriso me dá, que preserva no meu coração este amor impossível que sinto por ti, e que por ser impossível não esqueço nunca nem em nenhum lugar…
   Porque sim Joana, eu amo-te…

"Há coisas que só um anjo pode mudar" Rui Mesquita
"Há anjos que só um lunático apaixonado pode amar" Rui Mesquita (eu sinto-me um lunático sortudo por te ter)

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