segunda-feira, 27 de junho de 2011

O paraíso era já ali...


O paraíso era já ali,
Eu corria e o paraíso era já ali,
Corria mas o paraíso tornava-se numa miragem
Longínqua, inatingível, inexistente.

E parei, derrotado e cansado
De correr contra uma corrente,
De tentar mudar um mundo sem cura
E de curar um Homem sem mudança.

E morri, acho que acabei por morrer
Quando percebi que não valia a pena,
Que lutar era inútil, sofrer desnecessário
E vencer impossível.

E agora aqui estou, agarrado
A uma realidade de letras e versos,
Preso numa felicidade que não me pertence
Num inferno que não escrevi.

Não há diabo nem chamas a castigar
Aqueles que, como eu, desistiram de lutar
De sofrer, ali havia uma paz pintada de vermelho
E um ódio em forma de porta para onde corri.

E o paraíso era já ali,
Eu corria e o paraíso era já ali,
Corria mas o paraíso tornava-se numa miragem
Longínqua, inatingível, inexistente.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Hoje...

Estou num mundo que não é meu, numa casa que não é minha, sem ti, sem o teu calor e a tua paixão, estou nesta terra sem dono sem a firmeza das tuas palavras e a beleza do teu sorriso. Mas não morro, não caio nem desespero, não desisto nem me perco, não tenho medo porque te tenho, porque te tenho em cada simples coisa que faço, em cada pequena palavra que digo, em cada insignificante sorriso que crio, em cada apaixonante sentimento que sinto e amo, tenho-te em cada take de cada cena que gravo e volto a gravar e corto e volto a cortar, tenho-te em cada piada que uso para tentar disfarçar a tua ausência, tenho-te em cada mergulho numa água que não lava as saudades do teu corpo, tenho-te em cada golo que marco com o coração cheio de saudades de estar contigo, tenho-te em cada movimento do meu corpo triste por não ver o teu, tenho-te em cada aperto deste coração que te ama… E vejo-te em cada raio de sol que cega os meus olhos ansiosos por verem os teus, vejo-te em cada letra deste texto que escrevo para ti, vejo-te em cada folha de um jardim que me faz recordar o teu cheiro e o teu toque, vejo-te em cada imagem de uma mente que precisa do teu sorriso e do teu beijo… E sinto-te em cada sopro do vento que não me leva para ti, sinto-te em cada palavra de um mundo que me deixa com saudades dos nossos momentos, sinto-te em cada toque subtil nas teclas deste computador frio e insensível com quem partilho amores e sofrimentos, sinto-te em cada nota de uma música que um dia cantarei para ti e para nós, sinto-te em cada pequeno segundo deste amor que tenho por ti, sinto-te sempre…
Mas apesar de te ter em tudo o que faço, de te ver em tudo o que tenho e de te sentir em tudo o que vejo, sinto falta do teu abraço, do teu beijo, do teu cabelo, da tua carne, do teu olhar, do teu cheiro, da tua voz, da tua teimosia, da tua confiança, da tua beleza, da tua humildade, da tua perfeição, do teu sorriso, hoje sinto a tua falta… Mas também hoje te amo, também hoje te amo como te am(ar)ei sempre…