domingo, 28 de agosto de 2011

"Hoje não!"


Hoje não. Não posso escrever, tenho os dedos cansados. Não quero, não insistas. Porquê? Porque falta-me inspiração. Sim, faltam-me aquelas palavras bonitas que formam frases engraçadas que dão origem a textos… Textos. Se não estou a pensar nela? Claro que estou a pensar nela! Mas não tenho o calor do seu abraço nem a paixão do seu beijo, não tenho o castanho apaixonante do seu cabelo que me dá sonhos e esperanças, nem os seus olhos perfeitos cheios de promessas eternas e sinceras. Sim, só isso. Falta-me tê-la e… tu sabes. (silêncio). Não, não mudei de ideias. Não te cansas? Escrever hoje não, a sério, não estou com cabeça nem com coração. Não, não estive com ela. Não, não falei com ela. Podemos ir dormir? Não, não é trocar as palavras sinceras que fazem parte de mim por uns “simples” lençóis, nem trocar-te a ti por uma “mera” almofada, nem mesmo trocar a felicidade de cada letra carregada de memórias por umas horas de sossego e calma, preciso mesmo de descansar. Amanhã eu tento, não insistas mais, amanhã eu tento. Amanhã, quando o toque da mão dela me encher a alma e acalmar o meu coração, eu escrevo, a sério. Não estou a desistir dela nem a desistir de ti. Compreende-me, por favor. … … … Sim, sinto a falta dela. Sinto falta de um sorriso perfeito e da voz sonhadora, sinto falta da alegria de um olhar e de… Tu sabes o resto, tu és o resto. É claro que gosto dela, e claro que gosto de escrevê-la, mas HOJE NÃO! … … … … … … … … Tudo bem, Amor, ganhaste, eu escrevo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Dois parágrafos, duas vidas, um beijo.


Cada gota de chuva era contada com a mesma vontade que era impressa nos pedais da pequena bicicleta azul quando, noutros verões e noutros invernos, subia e descia aquela rampa despida de segredos vezes sem conta e fazia, no meu íntimo, relatos de uma corrida que ganhava sempre no último metro no último segundo. E cada palavra da voz cansada do meu pai era ouvida com o mesmo entusiasmo que, no meio dos legos coloridos, era vivido perante a atenção de quem, diariamente, lá passava para visitar o “menino”. E cada gesto teu era sentido com todo o amor que, um dia, me saltou do peito e percorreu cada osso do meu esqueleto e cada célula do meu organismo antes de, carinhosamente, se transformar num “amo-te” e num beijo eternamente único por ser teu e meu e nosso, num beijo capaz de inundar um oceano e partir qualquer continente, num beijo capaz de nos fazer felizes, juntos.
E depois desta eternidade melancolicamente vivida ao sabor de um vento salgado pouco resta de um parágrafo brilhante que noutra vida escrevi. A vontade desapareceu com a chuva num campo por cultivar. O entusiasmo foi embora com a voz do meu pai e com as visitas diárias para outras casas, outros mundos, outras pessoas. E o amor, o amor perdeu-se com todos os teus gestos para a gaveta das memórias carregadas do pó da felicidade de um beijo que, no final, deixa como sempre esteve, perfeito.

sábado, 13 de agosto de 2011

(sem título) 2


As lágrimas do céu que presenciaram aquele imortal inverno onde o amor floresceu como um pequeno girassol que procura, tal como eu, naturalmente o teu sorriso, essas mesmas lágrimas choram as saudades deste verão que nunca acaba e que nos deixa, incompreensivelmente, mais juntos e apaixonados como naquele primeiro beijo que não deve ser lembrado, como naquele embaraçoso momento em que quase te pedi em namoro. E, hoje, estando tão perto do teu coração sinto o palpitar da tua perfeição que, na sua inexistência, permanece como se a nós nos pertencesse e, incansável, vive numa conversa sem fim, num sorriso rasgado, num amor inesquecível. Agora, o céu não chora mais, porque os beijos são lembrados como forma de apaziguar a saudade e o pedido ficou gravado como início de uma felicidade que vivemos e partilhamos para que, um dia quando todo o mundo à nossa volta mudar poder sentir o mesmo amor e o mesmo orgulho que sinto hoje por te ter nos braços enquanto sonho e por desejar a cada segundo ter um carro vermelho para te levar comigo para um destino incerto mas certamente feliz ao dar-te aquilo que precisamos para, durante um momento, não sentirmos a distância que nos separa o olhar. Mas, essa mesma distância, fortalece o nosso coração, pois dá-nos a certeza de que a espera é compensada por um reencontro tão apaixonante que o mundo parará para ver o teu sorriso cruzar-se com o meu e os teus lábios tocarem os meus num momento que ninguém poderá apagar, que o mundo não tem ousadia para compreender, uma vez que, esse simples gesto, é carregado de um sentimento que não se explica, de palavras que não se pronunciam, de pensamentos que não se mostram, de um amor que apenas se vive, que apenas nós vivemos. Amo-te. Amo-te.

Rui Mesquita e Juliana Silva

domingo, 7 de agosto de 2011

M. A. ria


Hoje não me preocupo com a hora de acordar nem com o despertador que toca uma história do José Cid, hoje não dou importância ao inexistente pequeno-almoço nem às notificações de uma rede social cheia de notícias, hoje não saboreio o fantástico almoço de família e não me agarro freneticamente aos meus jogos viciantes nem à minha companheira de seis cordas, hoje ando perdido num único pensamento, numa única palavra que me enche os lábios de felicidade e o coração de orgulho… PARABÉNS. Parabéns pela senhora que és e pela mudança no mundo que representas, parabéns pela coragem das escolhas e pela lealdade aos amigos, parabéns pela beleza do teu rosto e a ternura do teu coração enorme, parabéns pelos momentos de felicidade que duram eternidades e me enchem a alma de boas memórias, parabéns por me carregares durante cinco dias naquele inesquecível AcaReg, parabéns pela força de carácter e sinceridade de espírito, parabéns por tudo o que me dás e por tudo o que representas, parabéns por este aniversário teu e só teu. PARABÉNS. E durante este ano ficou um “obrigado” por dizer, um obrigado pela paciência e pela atenção, um obrigado pelo amor e pela (melhor) amizade, um obrigado pelo melhor acampamento da minha vida e pelos sorrisos naturalmente belos, um obrigado pela garra e pela persistência, um obrigado pelos textos e pelo exemplo que me dás, um obrigado pela presença constante e pela felicidade que sempre me dás, um eterno obrigado por continuares a seres quem és e por me fazeres ser como sou, e um infinito de obrigados por me deixares chamar-te de melhor amiga.

Parabéns minha pequena mas enorme aniversariante!

P.S: amo-te melhor amiga ;)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Amor, amor?

“Bom dia”. Tudo começou com um “bom dia”. Tudo começou como tem de começar, “bom dia”. E a resposta foi um pálido sorriso que encheu o corredor vazio com as palavras mudas que ficaram por dizer no meio de um diálogo que ficou por começar. E a trémula luz entre os dois olhares não diminuiu a magia de uma ponte de amor entre os dois corações que, secretamente pensavam em conjunto, sorriam em simultâneo, ouviam a mesma música, sentiam o mesmo sentimento que corria invisível por cada gesto nas duas vidas secreta e eternamente ligadas. E ao fim daquela melancólica manhã de puro e apaixonante silêncio há uma vontade enorme de quebrar todas as regras e ultrapassar todos os limites e ser feliz, há um instinto impresso em cada músculo e em cada veia que pede para cometer a loucura de sorrir com sinceridade, há a coragem momentânea para cometer a loucura de amar aquele “bom dia” que nos confunde o coração e aquece a alma, há… …  
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“Adeus”. Tudo terminou com um “adeus”. Tudo acabou como tem de acabar, “adeus”. A lágrima sofrida de uma resposta seca e dolorosa ficou contida no olho que era espelho de uma dor mútua e comum às quatro pernas que se afastavam como um ponteiro se afasta daquela hora imortal e segue para um futuro ritmado passando repetidamente por quartos velhos e carregados de choro, inundados com cinco letras de amor que o destino decidiu destruir, inundados com rios salgados nascidos nas montanhas redondas de duas vidas separadas para uma eternidade que o abismo não suporta e que a morte não deseja. E depois de tantas noites de lágrimas sinceras, há um retorno impossível que a alma quer, há “desculpa-me” suplicante que ficará suspenso no sofrimento da solidão, há um abraço de esperança queimado com as cinzas de uma paixão morta com o lume de um amor extinto, há… …
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Misturados com a luz de uma felicidade enraizada nos rostos sorridentes surgiam milagrosos abraços quentes como uma tarde de agosto escaldadas pela força de um amor que existia em cada poro de um corpo agarrado a outro num momento para além da loucura, do prazer, num momento de carinho e ternura. Perdidas num olhar selvagem de coragem e força criavam promessas de uma eternidade em que acreditavam com a mesma alma e o mesmo coração que os fazia fechar os olhos em cada beijo e acreditar que o mundo não importava e que tinham tudo o que precisavam para voar para sempre num amor puro e perfeito partilhado nas migalhas de um pequeno-almoço apressado, relembrado em cada tarefa rotineira de um dia preenchido até aos ossos, vivido num jantar quente e saboroso como a música da uma dança de quatro pés, sentido num “amo-te” sussurrado ao lado de um “boa noite”. E nesse dia de amor há paixão de uma saudade já querida, há brilho nos pequenos olhos felizes, não há data de um fim que todos sabem que nunca chegará por serem eternos naquilo a que se orgulham de chamar amor.