sexta-feira, 25 de março de 2011

Ele e Ela...


Naquela manhã sonolenta de quarta-feira Ele acordou estranhamente cedo e depois de uma já mecanizada rotina dirigiu-se vagarosamente para a escola onde sofrera e sorrira. E pensava, naquele pequeno caminho Ele pensava.
O sorriso dela denunciava o sonho que tivera, o amor que sentira. O seu sorriso era o espelho da sua felicidade e esperança, depois de alegremente cumpridas as tarefas habituais embarcou em mais uma viagem para o inferno que era céu ou para o céu que era inferno. E pensava, nessa viagem Ela pensava.
Vagueou pelas aulas da manhã esquecendo poemas, leis e fórmulas físicas, e ignorando os problemas do mundo contemporâneo, concentrou-se no seu futuro, na sua felicidade, no seu papel e na sua caneta. Naquela manhã de aulas Ele concentrava-se.
Estava nervosa, a sua manhã ia ser para esquecer, perdida nos versos de um poema, mergulhada na rigidez de leis e fórmulas físicas e profundamente empenhada nos problemas do mundo actual. Nessa manhã de trabalho Ela concentrava-se.
Não saboreou o almoço que lhe alimentou o corpo, não prestou atenção às letras do habitual jornal desportivo, sorriu forçadamente das suas próprias piadas para se tentar acalmar, não ouviu o riso nem os comentários dos que estavam com Ele. E quando leu a mensagem respirou fundo, levantou-se e despediu-se calmamente dos amigos que deixou. Depois esperou no sítio combinado enquanto conversava esporadicamente com um casal que conhecia. E ansiava, naquele pequeno muro Ele ansiava.
Notava-se a tensão na sua face e a tempestade interior que acompanhava o seu sorriso ao almoço, notava-se o dilema entre o coração e a mente, entre o amar e o pensar em cada palavra na animada conversa e nos bonitos sorrisos. Despediu-se das amigas que deixou, dirigiu-se ao sítio combinado com um turbilhão de ideias e sentimentos. E ansiava, naquele caminho para o desconhecido Ela ansiava.
Sentiu o seu amor explodir no seu peito e sentiu toda a sua energia ser transformada num sorriso quando viu a sua vida resumida naquele momento, naquele olhar e naquele “vamos?” que ouviu e que o fez amar ainda mais. E sentia, nesse momento único Ele sentia.
Caminhava ao lado do seu amor, da sua felicidade, discutia o lugar do encontro com o peso do mundo, e por dentro havia um misto de felicidade e medo. Estava feliz por amar e por estar ali com Ele, juntos, e tinha medo de errar, de não saber amar, de não conseguir ama-lo da forma que sabia que Ele merecia. Mas sentia tudo, naquele caminho sem destino sentia.
Eles pararam, naquele momento queria beija-la e mostrar-lhe o quanto a amava, mas entregou-lhe o que tinha pensado e preparado, entregou-lhe o seu coração de papel, e Ela leu-o, leu-o como se lesse o seu coração, e cada palavra lida aumentava o brilho dos seus olhos e o armo do seu coração. Ele olhava-a e lia-lhe o sorriso e o brilho no olhar e esperou pelo silêncio que lhe encheu a alma, sentiu cada segundo desse silêncio como uma oportunidade única de olhar para Ela e admirar a sua beleza, para conhecer o seu sorriso. E foi no silêncio que se abraçaram, foi no silêncio que disseram tudo o que sentiam, foi no silêncio que se amaram se sentiram, foi no silêncio que foram completamente felizes.
O caminho de regresso foi como que uma demorada despedida, como um eterno adeus que não lhe deu nem pediu. O último abraço foi um “até já” feliz, apaixonado e sentido, e nesse abraço ele amou, nessa despedida ele amou-a como sempre amara. Amou o seu sorriso, o seu olhar, o seu coração, amou a sua perfeição.
Sentiu a felicidade no seu próprio olhar e no sorriso dele, sentiu a perfeição do caminho silencioso de volta à dura realidade, e sentiu o último abraço como um eterno momento de felicidade. E nesse momento amou, amou o sorriso dele, o seu cabelo e o seu olhar, amou-o pela palavras e sentimentos, amava-o por toda a felicidade que lhe dava, por tudo o que fazia.
Estavam felizes, eram felizes, juntos, eternamente unidos pelos dois corações que eram apenas um. Não esqueciam o sorriso e o abraço partilhado e sentiam o eterno amor que não deixou que naquele dia deixassem de sorrir e de pensar no próximo de muitos dias felizes.
Naquele dia e na eternidade Ele e Ela mostravam ao mundo que ainda é possível amar e ser feliz com isso.

segunda-feira, 21 de março de 2011

O que é o amor afinal?


É palavras ditas no intervalo de um abraço e antes de um beijo. É o antes e o depois de um ser morto pela dor do mundo e salvo pela alegria da paixão. É uma subida para uma montanha sem cume, a pisar eternamente a fria e branca felicidade, a suportar para sempre o calor apaixonante irradiado pelo teu sorriso, a sentir a calma transmitida pela circunferência lunar do teu rosto. É um permanente diálogo entre corações juntos num só sentimento, num só amor. É uma escolha do destino que nos prende o olhar e aprisiona o sorriso em cada bater do coração. É a perfeição que existe em ti e me faz sentir-te e admirar-te sempre e em todo o lado. É a fúria de um furacão na serenidade de um lago no sul do teu, meu, nosso coração.
É um imperdível lutar contra aquilo que nos destrói. É um secreto e permanente olhar de protecção e carinho. É abraçar-te sem realmente te tocar. É beijar-te em todos os “bons dias” e todos os “adeus”. É ter-te em tudo o que faço, penso, vejo, ouço e sinto.
É algo inexplicavelmente especial que me faz completamente feliz…
   

terça-feira, 15 de março de 2011

As palavras do poeta...


São sábios caminhos de uma eternidade
fixa, sem tempo de pensar
na dureza incerta de se criar
e se sonhar, sem tempo de se ferir com a morte
nas frases e nos poemas incertos.
São sábios caminhos de uma eternidade
fixa, que se importa e exporta,
que se transforma com um gesto
de asas de uma poesia...

sábado, 12 de março de 2011

Porque sou teu...


   Cada silêncio da minha alma velha, cada som dos meus lábios secos, cada suspiro do meu ser cansado, cada lágrima dos meus olhos cegos, cada sorriso do meu rosto triste. Tudo isto é para ti porque se não falo é para te ouvir, se o faço é para te elogiar, e cada suspiro é o alívio de te ter, se choro é por estares longe e se sorrio é por te sentir comigo.
   E quando choro, quando rio, quando corro, quando penso, quando sonho, quando sinto. Todos estes momentos são para ti porque cada lágrima é o reflexo de não te ouvir ou ver, cada riso é a consequência de te ter, cada corrida é uma forma de te alcançar, cada pensamento é para te manter viva em mim, cada sonho é uma criação da nossa bela história, cada sentimento é um pretexto para não te esquecer.
   Porque cada segundo que respiro, cada batimento do meu coração, cada movimento do meu corpo são e sempre serão para ti porque vivo para te fazer feliz e existo para te amar…

   "Amar-te é possuir a eterna doença
 da felicidade..." Rui Mesquita

terça-feira, 8 de março de 2011

15 razões para este amor...


   Amo-te pela beleza que marca cada passo teu, pela simplicidade de cada olhar apaixonado, pela forma única como me constróis, pelo eterno amor que nos une, pelo amor do teu sorriso, pela perfeição de tudo o que fazes, dizes e sentes.
    Amo-te por seres a princesa deste príncipe que não sou, por seres o amor deste coração que te ama, por seres o sol do meu dia e a lua da minha noite, por seres o meu motivo e o meu objetivo, por seres tudo aquilo que preciso e quero.
   Amo-te por me dares a felicidade que tenho, por me construíres como sou, por nos carregares dentro do coração que me deste.
   Amo-te por seres quem és da maneira que és... Amo-te minha princesa…



   "Did I say that I need you?
   Did I say that I want you?
   Oh, if I didn't I'm a fool you see
   No one knows this more than me" Pearl Jam

sábado, 5 de março de 2011

Apenas uma língua...


   Correr, saltar, beber, jogar, cair, viver. Os verbos perderam o sentido, não posso agir e por isso os verbos perderam o sentido, o “r” que finaliza um infinitivo está agora concentrado numa só palavra muda, num só sentimento guardado, num só gesto parado, num só “amor”, neste solitário e nosso “amor”.
   Sol, terra, chão, céu, casa, rua. Os nomes não existem, não os chamo nem os tenho e por isso os nomes não existem, os determinantes estão focados numa só palavra, num só ser, em ti, no teu nome que me enche o coração e a alma, que me ocupa a mente e o corpo.
   Bonito, alto, corajoso, alegre, divertido, feliz. Os adjetivos abandonaram as frases e descrições, não me interessa descrever o que não sinto nem tenho e por isso os adjetivos abandonaram as frases e descrições, e todo o belo valor qualificativo desses adjetivos está agora numa só frase, a definir uma só entidade, a qualificar-te de “perfeita”.
   E uma língua não passa de um caminho limitado para expressar tudo quanto sentimos, uma língua não é mais que puras relações de amor, dado por essa língua, sentido por dois corações.

   "Amar-te é ultrapassar os limites da comunicação, tal como a tua perfeição ultrapassa todo o meu coração" Rui Mesquita