segunda-feira, 20 de setembro de 2010

UM AMOR, este amor...

   Meras palavras soltas, meras frases descritivas, meros parágrafos cheios, nada podem para mostrar o valor de uma alma, o amor de um coração, a inteligência de uma mente, nada podem contra ti, contra a tua alma, contra o teu coração, contra a tua mente; não é justo ter de faze-lo, não é justo ter de tentar descrever aquilo que ninguém conseguiu descrever, não é justo ter de tentar transcrever aquilo que só um coração percebe, que só uma alma entende, que só uma mente atinge, UM AMOR, este amor…

   Simples folhas de papel preenchidas, simples capítulos enumerados, um livro, uma vã tentativa de ilustrar aquilo que ninguém conseguiu ilustrar, de transmitir aquilo que ninguém ousou tentar transmitir, aquilo que só um coração percebe, que só uma alma entende, que só uma mente atinge, UM AMOR, este amor…

   Rápidas palavras carinhosas, fortes demonstrações de sentimentos, complexas vidas cruzadas, grande e inútil tentativa de viver aquilo que nunca ninguém viveu, de sentir aquilo que nunca ninguém sentiu, aquilo que só um coração percebe, que só uma alma entende, que só uma mente atinge, UM AMOR, este amor…

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Aqui fica uma coisa minha, sem título, mas fácil de perceber. Já com alguns meses de vida! Abraço

    *

    O amor.

    Ter nas mãos um mundo inteiro.
    Comovido por dentro, que o coração parece rebentar em incêndios de lava,
    mas também em piscinas de relva, fontes de fogo e água, cristais que nos têm
    a nós todos no seu âmago de diamante.
    Esplanadas a sobejar migalhas que depois vão para o lixo,
    como nós, e a morte a sorver o que há de biodegradável dentro das veias,
    dentro destas gambas e batidos de fruta, igrejas de uma religião onde deus tem
    face, muitos rostos dentro de um feito de mil rostos de sol, praia e tardes de chuva
    nos sofás das casas que não são mesmo nossas.
    A morte quer tudo isto só para ela, cobiçosa criança que colecciona detritos,
    iconoclasta mimada que inveja as nossas fotografias, as nossas caretas a contemplar
    sem querer as desordens do abismo.

    Olho-vos nos olhos, a todos.
    Esta estranha canção de embalar é para tentar adormecer a morte.
    Amigos, primos, alunos, família de sangue a quem já dei boleia,
    paguei finos, cravei cigarros para tossir de propósito e me rir do vosso pasmo,
    família a quem ofereci livros, toquei nos ombros, abracei para agarrar a minha própria vida,
    com medo de me perder.

    Ter nas mãos um mundo inteiro
    e ter-te. Um deíctico com tantos referentes, tantos deuses e musas,
    talvez a almoçar a esta hora, talvez a ouvir música…

    na morna preguiça de existir em módulo de “está-se bem”.

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