Não
há nada como acordar no quente dos cobertores e sentir a chuva a cantar nas
janelas e paredes de uma casa que nos protege sem fraquejar, sem nunca nos
deixar ficar mal. Hoje foi assim que acordei, com a chuva a trazer uma mensagem
de bom dia, com um perfume apaixonante em cada gota rápida e incisiva.
Levantei-me a ler a mensagem pela terceira vez e sentei-me ao computador a
escrever isto que podem ler. Hoje quero escrever sobre aquilo que ainda não
aconteceu, sobre aquilo que acontecerá quando ela chegar, quando ela sair da
chuva com um sorriso e me abraçar para enganar o frio deste janeiro. Quero
escrever sobre uma tarde de segredos e de aventuras, em que os protagonistas,
inseparáveis companheiros, lutarão com um amor apaixonante e indestrutível. Essa tarde, esta
tarde, será mais especial que qualquer outra tarde, que qualquer outro dia, eu sinto isso, agora,
enquanto bebo um leite quente entre as letras deste texto. Será uma tarde do
passado, de relembrar histórias e rir com pormenores tão fofos como os olhares
cúmplices que os acompanham. Será também uma tarde do presente, de viver um
amor que só nós conseguimos compreender por ser só nosso e de o viver com uma
carinha feliz e um coração arrebatado. E acabará por ser uma tarde do futuro, uma
tarde domingueira de inverno com anedotas e adivinhas, com jogos e tropelias,
uma tarde como aquelas de um futuro que sonhamos ter. E agora, aqui, em frente
a este computador, resta-me esperar que ela chegue, deslumbrante e sedutora, e
me faça o homem mais feliz do mundo.
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