O
despertador marca a hora de acordar para este dia perfeito engendrado por
príncipes e princesas e digno de reis e rainhas. Depois de um banho rápido e
sorridente ao som da minha alegria matinal, passo os olhos nas notícias que um
assertivo pivô dita na televisão enquanto visto aquela camisa fofinha de que tu
gostas com as minhas calças de ganga favoritas e as sapatilhas que me
ofereceste. Na garagem, junto ao carro vermelho das nossas histórias, penso em
ti e em como deves estar bonita e ansiosa pelo meu sorriso apaixonado e resolvo
fazer um pequeno desvio para comprar uma daquelas flores que tanto gostas.
Cheguei, cheio de saudades por não te ter há tanto tempo e a felicidade que
desfila pelos teus bonitos olhos deve ser apenas comparável à que passeia pelos
meus, por ser comum, por ser a mesma. Como um cavalheiro, depois de te entregar
a flor, abro a porta do carro para entrares e pergunto gentilmente: “onde
vamos?”. E, sabendo a tua resposta, acaricio o teu cabelo e escolho uma das
tuas pastelarias favoritas para tomar o pequeno-almoço. Depois das torradas e
da animada conversa na simpática esplanada, voltamos ao nosso carro vermelho,
contente por fazer parte desta história romântica de príncipes e princesas e
vamos ao parque, passear, como um casal de adolescentes loucamente apaixonados
que, no fundo, nunca deixamos de ser. O cheiro da natureza mistura-se com o
sabor dos teus lábios, a combinação é perfeita e enche-me daquelas mágicas
certezas de que quero ter-te para sempre comigo, ao meu lado. A manhã passa a
voar, entre risos e algodão-doce comprado entre as flores do parque chega a
hora do almoço e com ele aquele restaurante que ambos adoramos pela comida
deliciosa e por aquela sobremesa fora de série. O almoço, cheio daquela
cumplicidade que fala por nós quando um empregado pergunta: “e para beber?” ou
“vão desejar café?” e respondemos ao mesmo tempo, e sorrimos ao mesmo tempo,
com o mesmo sorriso parvo e apaixonado. Não me queres deixar pagar o almoço,
como um ato de cavalheirismo mas, afinal, devo-te um almoço de há tanto tempo
atrás, é altura de o pagar. Saímos sorridentes do restaurante, prontos para o
resto de dia memorável e perfeito e o nosso bonito carro vermelho leva-nos a
casa, ao nosso lar, ao nosso castelo encantado. Nenhum de nós quer escolher um
filme para a nossa agradável tarde com pipocas e Coca-Cola mas acabamos por
fazer a melhor escolha, uma comédia romântica como tu gostas e o conforto do
nosso sofá. Sabes que adoro os teus risos quando reages às piadas dos atores ou
mesmo às minhas piadas sobre os atores? No fim do filme, nos créditos com uma
animada música de fundo, percebemos que o Satchmo, o nosso bonito cão, gostou
tanto do filme quanto nós e, como presente pela nossa felicidade contagiante,
fomos, os três, passear pelo parque que vemos da janela do nosso quarto. São
horas de voltar, temos que ir às compras, como prometido. O nosso carro
vermelho continua com uma inexplicável felicidade ao levar-nos ao shopping do
costume, onde te compro aquele vestido que tens falado tanto e que deve ficar,
como é claro, deliciosamente bonito. Os nossos olhares, quando se cruzam ao
dançarmos pelos corredores do centro comercial, são as palavras doces da
linguagem do nosso amor incondicional, intemporal e único. Depois do vestido
seguiram-se as compras no supermercado, para cozinharmos hoje aquele prato que
eu tanto gosto. Foi com latidos de alegria que o Satchmo recebeu a nossa
notória felicidade e gentilmente nos guiou até à cozinha onde cozinhamos com
temperos de ternura e carinhos. O resultado final foi perfeito, uma refeição
deliciosa e quatro olhos a brilhar com o brilho puro das estrelas numa noite de
verão. Enquanto o forno acaba o trabalho que os nossos beijos culinários
criaram, ambos nos preparamos para um jantar de gala na nossa sala. Velas,
jarra de flores, fato e gravata e o vestido deslumbrante que o dia te ofereceu.
Um jantar de príncipes, tudo como mandam as regras da etiqueta, e que melhor
tema para falar num jantar tão especial do que os nossos futuros filhos?
Escolher nomes, imaginar jogos ou histórias que, ao pé da mesinha de cabeceira,
um dia iremos contar, criar o futuro ideal que sabemos que será nosso e
perceber, ao mesmo tempo, que somos as pessoas mais sortudas do planeta. No fim
de jantar a noite da grande cidade está pronta para nos acolher na sua beleza
e, com aquele chapéu que me fica incrivelmente bem, passeio a princesa mais
linda de sempre com o seu braço enlaçado no meu, numa dança silenciosa com os
teus risinhos a qualquer piada disparatada que eu digo e com a subtileza das
minhas cócegas que te fazem desesperar. São horas de voltar a casa, de terminar
um dia tão perfeito ao som de uma música calma em que possamos dançar antes de
nos deitarmos. Adoro ver-te dormir, é a melhor sensação do universo: dar-te um
dia perfeito e depois ver-te dormir apaixonada, realizada, feliz. Adormeço
também e assim terminam as nossas 24 horas juntos, a dormir abraçados na nossa
cama, descansados e mais que felizes por termos vivido o melhor dia das nossas
vidas com o melhor que cada um tem na sua, o nosso amor.
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