segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Perder-te...



Perder é a coisa mais dolorosa que o Homem tem. Sabes, mãe? Perder é o verbo mais violento de todas as línguas. Perder é como levar um eterno murro no estômago sem medicamentos para as dores…
Ah, quase que me esquecia, mãe, tirei 18,9 no teste Português.
Perder-te, mãe, a ti, foi ter um comboio de alta velocidade dentro da minha cabeça, foi pensar em tudo o que foi nosso, tudo o que fizemos, tudo o que, um dia, nos fez mãe e filho.
Sim, mãe, já arrumei a mochila e as minhas sapatilhas…
Perder os conselhos que me davas, as cócegas que animavam as nossas noites de fim-de-semana, perder a tua voz sincera e cordial, a tua atitude decidida e empenhada, perder tudo o que me davas com um amor que só tu soubeste dar, foi chorar as lágrimas que sempre secaste dos meus olhos, foi lembrar-me do teu sorriso apaixonante de que vou ter demasiadas saudades.
Claro mãe, vou ser responsável como tu sempre me ensinaste!
A derrota é mais impiedosa e penosa do que aquilo que aprendi na escola, perder não nos ensina nada, não nos deixa mais fortes, perder magoa-nos e impede-nos de respirar fundo, perder consome-te a força e faz-te esquecer como se luta, como se vence.
Mãe, a tua foto está exposta na sala, consigo vê-la enquanto me aqueço ao lume, como gostavas de fazer. E é aqui que pertences, mãe, a nós, a mim, ao amor que genuinamente ficará comigo. Amo-te mãe, como sempre amei.

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