Perder
é a coisa mais dolorosa que o Homem tem. Sabes, mãe? Perder é o verbo mais
violento de todas as línguas. Perder é como levar um eterno murro no estômago
sem medicamentos para as dores…
Ah,
quase que me esquecia, mãe, tirei 18,9 no teste Português.
Perder-te,
mãe, a ti, foi ter um comboio de alta velocidade dentro da minha cabeça, foi
pensar em tudo o que foi nosso, tudo o que fizemos, tudo o que, um dia, nos fez
mãe e filho.
Sim,
mãe, já arrumei a mochila e as minhas sapatilhas…
Perder
os conselhos que me davas, as cócegas que animavam as nossas noites de
fim-de-semana, perder a tua voz sincera e cordial, a tua atitude decidida e
empenhada, perder tudo o que me davas com um amor que só tu soubeste dar, foi
chorar as lágrimas que sempre secaste dos meus olhos, foi lembrar-me do teu
sorriso apaixonante de que vou ter demasiadas saudades.
Claro
mãe, vou ser responsável como tu sempre me ensinaste!
A
derrota é mais impiedosa e penosa do que aquilo que aprendi na escola, perder
não nos ensina nada, não nos deixa mais fortes, perder magoa-nos e impede-nos
de respirar fundo, perder consome-te a força e faz-te esquecer como se luta,
como se vence.
Mãe,
a tua foto está exposta na sala, consigo vê-la enquanto me aqueço ao lume, como
gostavas de fazer. E é aqui que pertences, mãe, a nós, a mim, ao amor que
genuinamente ficará comigo. Amo-te mãe, como sempre amei.
Sem comentários:
Enviar um comentário