Houve
um dia em que o Benfica ganhou mas tu não estavas feliz, estavas empenhada e
mergulhada nos papéis dos estudos e não estavas feliz nem animada com esta
vitória. Estavas distante, fria e longe de mim, de nós e da felicidade que nós
somos. E eu, apesar da vitória, não estava feliz, os teus olhos não eram
vermelhos, os teus lábios, apesar do vermelho, não se espantavam com a águia e
o teu cabelo não vibrava com os golos do Jonas (tu sabes, o Jonas Pistolas),
ali a animação não contava porque tu não sorrias e mesmo depois dos estudos
continuavas preocupada, quase triste. Esqueci o Benfica, só tu importavas, tu e
o teu sorriso que teimava em não aparecer. Fiz tudo o que sabia, até o
malabarismo que tenho treinado, e consegui arrancar-te um pouco de animação e
aos poucos foste ficando feliz, quente e perto de mim, de nós, onde deves
estar. Vimos um filme, jogamos um jogo e rimos, tu riste e essa foi a vitória
mais animada do dia, a vitória contra a tua tristeza. A felicidade chegou com
tudo aquilo que tu me sabes oferecer com a simplicidade dos teus olhos e a inocência
fofinha do teu discurso. Tu fazes-me feliz por sorrires, por dizeres as coisas palermas
que dizes nos jogos de palavras que propões fazermos e por me chamares “ainda
mais palerma” por estar extasiado com a beleza do teu corpo.
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Quanto ficou o Benfica?
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Ganhou, 3-1. Porquê?
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Ainda bem, eu sei que ficas feliz quando ele ganha.
Não
nesse dia, nesse dia estava feliz pelas tuas gargalhadas a ver o filme, estava
feliz pelo teu sorriso lindo quando te pisquei o olho, estava feliz por te
fazer feliz, nesse dia estava feliz simplesmente por estar contigo.
Houve
um dia em que o Benfica ganhou mas tu foste, como sempre és, a felicidade e o
motivo da minha vida, tu foste, como sempre és, o mais importante, mais
importante do que o Benfica e do que todos os golos, e sei que se mais ninguém
perceber a dimensão deste amor que partilhamos tu percebes, eu sei que tu
percebes e isso é tudo o que importa.