Hoje
acordei maldisposto, o som do despertador trouxe todas as preocupações do mundo
fora dos meus sonhos para baixo do quente dos lençóis e trouxe de volta a dor
de cabeça de ontem. Ao pequeno-almoço, com o leite quente a boiar em cereais,
penso em toda a dor que sofre quem perde alguém demasiado importante para ser
perdido, penso no (nada) que a minha vida se tornou, penso demasiado, penso…
Vagueio pela casa de pijama e de lágrimas nos olhos, sem saber o que fazer, o
que vestir, o que procurar. (A vida é tão escura quando perdemos tudo). O
passeio termina no meu quarto, refúgio dos meus medos e das minhas solidões,
sento-me à secretária, fecho os olhos e mergulho na tristeza que domina o meu
mundo. Sou interrompido pelo vibrar do meu telemóvel e abro a mensagem que
descubro ser tua: “Bom dia meu amorzinho! Acordei, como sempre, a pensar em ti,
a imaginar como seria ouvir baixinho, bem junto ao meu ouvido, um «bom dia
princesa», seguido de um beijo. Não te tendo, imagino ao longe o teu olhar com
sono, o teu cabelo desarranjado e o teu sorriso de quem acordou bem-disposto e
cheio de energia. Fecho novamente os olhos e sonho, sonho com os dias em que
vais acordar junto a mim e sei que terei isso porque te amo, porque és o homem
da minha vida!”. Depois de secar duas lágrimas, rendo-me à boa disposição com
que me imaginaste e sorrio para o ecrã do meu Sony Ericsson como achei impossível sorrir. De repente, tudo o que
atormenta o meu entristecido coração abandona a minha alma para me deixar,
contigo tão longe, abraçado a ti, amarrado ao que me dás. Penso no futuro, num
futuro com todos os problemas com que acordei e sorrio, sorrio muito porque sei
que, contigo, tudo correrá bem, tudo ficará melhor.