quarta-feira, 21 de setembro de 2011

(introduza aqui o seu título)


   7:30. O despertador lembrou-me que estava na hora de ser feliz. A voz inconfundível do José Cid nas suas “Favas com Chouriço” faz-me abrir muito os olhos e tomar um pequeno-almoço cantado ao som das notícias lidas numa televisão ligada por acaso. Ao lavar os dentes recordei: “é hoje” e sorri para o espelho, despenteado com aquela inocência de quem está genuinamente apaixonado. Ao sair à rua não encontrei passadeira vermelha que me guiasse até ti, que me aguardavas pacientemente nesse outro mundo onde tudo é belo e feliz por ser teu e meu e nosso. Mas vou, entro com um sorriso nesse mundo nosso e encontro-te, no ponto de encontro nunca combinado e onde tudo desaparece, onde as frases animadas das clássicas companhias são esquecidas e, aí, sou apenas eu e tu e ela, a felicidade, que é posta de lado quando sorris, quando falas, quando pensas, essa felicidade que é o plano de fundo numa cena eterna onde tu és protagonista premiada com tudo o que eu te sei dar e consigo oferecer, protagonista e criadora de uma história unicamente feliz que se chama amor e que eu guardo em cada músculo do meu corpo, ao teu lado, ao lado das nossas memórias e dos nossos planos. Hoje perco-me nas razões trigonométricas e no ADN da mesma maneira que, constantemente, me perco nas linhas que tu escreveste e escreves em mim com a caneta da tua perfeição, criando poemas sem versos e romances sem tempo nem espaço, porque em qualquer sítio, em qualquer altura, eu serei feliz, contigo. E como canta o José Cid no meu acordar: “vou ficar a vida inteira, a viver desta maneira, eu e tu, e tu e eu e tu, e eu e tu.”