terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Resumidamente perfeita(o)...

   A noite já não chora sozinha nos meus sonhos irreais onde fui cavaleiro e lutador, onde fui rei e salteador, agora a noite sorri pela face alegre da lua escura algures no céu, agora a noite tem felicidade e tem paz, agora a minha noite tem-te.
   O dia já não se arrasta pelos caminhos pisados pelas minhas sapatilhas gastas de correr e cansadas do mundo ver, agora o dia é o sol que o ilumina, é o calor da terra por ser livre e feliz, agora o dia esquece a dor que já não tem, e deixa para trás a tristeza que o caracterizara, agora o meu dia tem-te.
   O mundo já não é tristeza e sofrimento pelos dias e noites de medo e lágrimas, agora o mundo é a luz dos meus olhos ao ver-te, agora o mundo é a paixão dos meus lábios ao chamarem-te, agora o mundo é a confiança da minha mão ao escrever-te, agora o mundo é certeza do meu cérebro ao pensar-te e imaginar-te, agora o mundo é amor do meu coração ao sentir-te em cada momento que vivo e crio, agora o mundo é tudo o que sou contigo, tudo aquilo que és em mim, agora o mundo é a beleza de um rosto teu, a simplicidade que só tu transmites, a coragem de uma alma que desconheces, a felicidade de um sorriso (e)terno que ofereces, o amor de um coração enorme que tens em ti, agora o meu mundo é a perfeição de uma pessoa que és tu.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Do fogo...


   Correr de um fogo ardente que me persegue por todos os caminhos que escolho, do fogo da derrota ardente que me atinge com a força de um duelo e a fúria de um adversário, do fogo da mente morta que agora tenho no frio lugar do coração retirado, do fogo que em cada momento me lembra que viver é a única oportunidade que temos para fazermos a diferença, é a primeira e última experiência de amor e ódio que o mundo nos dá, lembra que viver é o pouco tempo que temos para ser tudo o que queremos e temos de ser, é o pouco tempo que temos para sermos amigo e inimigo, apoiante e rival, bom e mau, certo e errado, correto e rebelde, fiel e mentiroso, é o pouco tempo que temos para sermos perfeitos. E continuo a corrida do fogo que tenho dentro de mim, do fogo que me mata e consome reconstruindo-me com a beleza das chamas, com a imensidão do próprio fogo, com a eternidade desta fugaz perseguição, com a tua suave e bela perfeição. Do fogo que me faz como sou, que me faz amar-te com tudo o que tenho, que me faz querer-te em cada segundo desta cruel, pequena e tua vida…

   "És mais que a luz deste caminho, és o caminho
para esta luz" Rui Mesquita

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Exageradamente egoísta...

   Hoje acordei de um sono meu onde tu não estavas e eles não existiam, um sono que comprei a mim mesmo por puro capricho, um sono que preservei e relembrei por ser apenas e só meu. E neste quarto que me pertence porque o fiz e imaginei, não há espaço para a tristeza de um mundo sem personalidades diversas, não há espaço para a tristeza do mundo, não há espaço para a mágoa de um Homem que ignoro no quarto meu da minha casa, um Homem que não me faz falta por não me desenhar ou construir, por não acrescentar felicidade ao meu inexplicavelmente infeliz ser. Na pacífica e solitária vida que levo e tenho, sou único e abandonado soldado que deseja acabar com a solidão que quis e escolhi, e vejo a felicidade espelhada na água do lago que só a mim pertence, vejo o amor na linha intocável do horizonte, vejo a esperança no teu sorriso bondoso dentro de mim. E tudo quanto vejo, ouço e sinto, guardo para mim no lugar de um coração marcado pela solidão e pelo egoísmo, um coração marcado por mim por ser meu…

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Technology


   Aqui na casa que me sempre teve, ouço o ruído da voz de algum jornalista que discursa catástrofes na televisão, ouço o rádio ligado que passa uma música dos anos 80 que todos cantaram e todos esqueceram, na cozinha a minha mãe é escrava do fogão eterno que acompanhou cada refeição que tomei, o meu pai faz remodelações no frigorífico que me ofereceu alegrias sem fim, a minha irmã dorme no quarto agarrada ao teclado em sonhos com ligação à Internet. Possivelmente, no andar de baixo está um primo meu, ou dois, ou três, viciados na realidade da consola, e ao meu lado a minha prima muda tecla letras e números num aparelho móvel de chamadas. Os meus tios chegam e calam o jornalista já cansado e perdem o olhar numa partida de futebol, um deles cala também o rádio e a música esquecida. Eu, saio daquele filme de sala de estar e entro no meu quarto onde o meu mundo virtual experimenta a escuridão do ecrã desligado, e na minha secretária o meu telemóvel toca, mas resisto e deito-me com um lápis com que escrevo linhas puras e sem fios ou teclas que são, naquele momento, a minha vida, a minha esperança, as minhas armas nesta guerra contra a imobilidade do vício virtual que me vai vencendo lentamente com o toque intenso do telemóvel e com a beleza do botão que me chama a usá-lo. E luto, luto e luto, mas perco, caio e desisto de tentar viver derrotando a complexidade binária que me rodeia, e rendo-me ao mundo frio e moderno da tecnologia. Atendo o telemóvel e carrego no “turn on” do computador.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

És tu...

 
   Cama, sonhos, felicidade, amor, eternidade… Posso resumir tudo isto numa palavra, num nome, num ser, num sentimento, em ti… Mas tu és mais que a calma dos sonhos das minhas noites, mais que o sorriso na minha felicidade, mais que a perfeição do nosso amor, mais que a presença da eternidade da vida, tu és mais que tudo isto, tu és a beleza de uma flor num campo de pétalas, tu és o calor e a luz do Sol que me dá vida, tu és a imensidão e a tranquilidade do oceano que me preenche o olhar, tu és a preciosidade de um diamante encontrado pela simplicidade dos meus dedos numa gruta, tu és a perfeição da pessoa que vejo todo o dia e nunca toco, tu és a cura para a resistente doença do querer e do ambicionar, tu és a esperança de cada movimento meu, tu és a peça desaparecida do puzzle da minha vida, tu és aquela que é minha por estar dentro de mim, que me tem porque te amo, tu és a única que conhece e cria os meus segredos, tu és aquela que eu quero e amo. Porque tudo em ti faz sentido em mim e em nós, os teus olhos são o meu olhar simples na nossa cumplicidade, os teus lábios são o meu sorriso nos nossos beijos, as tuas mãos são o meu toque nos nossos momentos, o teu coração sou em ti, em nós…

"És tu naquilo que dizes, és tu naquilo que fazes, és tu
naquilo que sinto" Rui Mesquita

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Rabiscos imperfeitos...


   A crueldade espalha-se por um rosto magoado de imperfeições mundiais e Humanas que quebram qualquer corrente de felicidade filosoficamente criada por uma mente que virou rio, um rio de lágrimas de tristeza pura e abandonada pelo coração solar que animava e iluminava todas as manhãs naquele bonito e alegre corpo que perdeu o Norte e o Este, que esqueceu o sentido de uma vida inteira de amor e felicidade, que se tornou num deserto escaldante mas escuro onde apenas existe dor e sofrimento em cada grão de areia existente, em cada parte de calor que me mata lenta e silenciosamente, onde aliás o silêncio é apenas interrompido pela constante corrente de lágrimas que me faz andar e andar, que me faz continuar à procura daquilo que já é um “mundo perdido”, um mundo perfeito e meu, perdido… E não quero pena, não quero compaixão, não quero a ajuda que não me podem dar, não quero o silêncio que me oferecem impacientemente, não quero o calor que me dão sem pedir, não quero este mundo fraco e cruel e real…

   Quero o “mundo perdido”, o mundo perfeito meu, perdido…

   Quero-te a ti, meu mundo…

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Amar-te é...


   Amar-te é cair sem ter um chão e sentir dor, é afogar-se num copo de água depois de o beber, é lutar contra o vento por desporto. Amar-te é conjugar num só corpo o adulto de uma mente e a criança de uma alma, é destilar uma solução de água salgada só com uma colher, é ter de escolher entre um anjo e outro sem ter meios de distinção. Amar-te é sentir o fogo oceânico a cada peça de roupa que se veste, é ver o transparente bem por óculos escuros de maldade, é tocar a inexistente bondade de um mundo horrivelmente mau, é ouvir o mudo som intenso de dois imóveis lábios. Amar-te é conseguir encontrar paz nas balas de uma guerra, é saber vencer o invencível medo, é descobrir sempre que o céu é azul atrás do cinzento da chuva. Amar-te é não querer o que se deseja e desejar o que não se quer, é sentir um som imenso num simples olhar teu e gravar uma imagem produzida pelos teus maravilhosos lábios, é sentir o bater regular da tua mão parada sobre o teu corpo dormente, é tocar a longínqua suavidade do teu incansável coração dentro de um corpo só teu. Amar-te é sofrer sem nada saber e sorrir aos teus olhos descobrir, é pensar e só te recordar, é no nada correr só para te poder ver. Amar-te é o pecado que ninguém tenta cometer, que todos desejam ter e que ninguém tem coragem de conhecer, é o constante sofrer por ser negado, o eterno viver angustiado, o feliz sentir-se apaixonado. Amar-te é fogo é vento é água, é sol é vento é chuva, é flor é vento é árvore, é casa é vento é mundo. Amar-te é o vento que leva a dor que sinto da solidão presente, que traz a nova felicidade que o teu sorriso me dá, que preserva no meu coração este amor impossível que sinto por ti, e que por ser impossível não esqueço nunca nem em nenhum lugar…
   Porque sim Joana, eu amo-te…

"Há coisas que só um anjo pode mudar" Rui Mesquita
"Há anjos que só um lunático apaixonado pode amar" Rui Mesquita (eu sinto-me um lunático sortudo por te ter)